Durante décadas, Rússia e China defenderam a "democracia" Norte Coreana (para parafrasear o luso democrata Bernardino Soares), começando desde logo durante a guerra da Coreia (1950-53), mandatada pela ONU e executada no terreno essencialmente por tropas dos Estados Unidos e da Inglaterra, enviando cerca de um milhão de tropas chinesas para combater as tropas da ONU, num momento em os norte coreanos já estavam cercados juntos ás suas fronteiras norte com a China e a URSS.
Desde há uns anos a esta parte a Coreia do Norte tem desenvolvido um programa nuclear com intuitos nada civis, através de testes de lançamento de misseis de longo alcance e até, como aconteceu há poucos dias, de testes de bombas nucleares várias vezes mais potentes do que aquelas que foram lançadas no Japão em 1945.
A Coreia do Norte tem utilizado a sua capacidade nuclear para chantagear essencialmente as potencias ocidentais no sentido de obter destas, ajuda financeira, energética e alimentar. Ora cancela o seu programa nuclear quando consegue essas ajudas, ora o reactiva quando quer mais dessas ajudas. Nestes momentos a posição típica da Rússia e da China tem sido a de vetar na ONU qualquer intenção de implementar sanções aos norte coreanos, enquanto estes vão desenvolvendo cada vez mais o seu programa nuclear e até exportando essa tecnologia para países como a Síria.
Ao que parece, desde que a Coreia do Norte conseguiu com sucesso um teste nuclear na semana passada, as posições da China e da Russia mudaram, aparentemente, de forma radical. Já começam a não vêr com bons olhos a existência, junto ás suas fronteiras, de um estado inviável apetrechado com armas nucleares. Já podiam ter aberto os olhos há mais tempo. E agora estamos á beira de uma guerra. E quem vão ser os maus da fita? Os do costume!!!!
