08/05/2007

Sempre os Mesmos II

Na sequência das eleições presidenciais francesas do passados dia 6 de Maio de 2007, de que resultou a vitória do candidato Nicolas Sarkozy, resultaram também acontecimentos nada estranhos aos franceses: lojas e casas vandalizadas, carros incendiados, barreiras e trincheiras nas ruas e cocktails Molotov nas principais cidades francesas. Algo que acontece pelo menos pela terceira vez desde Outubro de 2006. Em Outubro passado, foi o que se viu depois de 2 menores delinquentes terem morrido electrocutados no local onde se escondiam da polícia que os perseguia. Em Março de 2007 novamente cenas de violência na Gare du Nord depois da segurança do local ter interpelado um passageiro sem bilhete. Finalmente, desde o passado domingo á noite já arderam mais de 800 carros, foram detidas centenas de pessoas (carinhosamente chamados por certa opinião pública de "jovens activistas") além de outras cenas de destruição nas ruas de Paris e outras cidades.
Ora, se cenas destas acontecessem no Metro de Londres, no bairro de Harlem em Nova York ou se alguém se atrevesse a contestar desta maneira a eleição de um Presidente Socialista num qualquer país ocidental, o zumzum que já aí não iría nas bocas de Louçã, Jerónimo, Soares, Feitas. Caía o Carmo e a Trindade. Ainda agora na RTP-N no programa Choque Ideológico, o representante da ala esquerda do debate, tinha que frisar a diferença entre os confrontos de Outubro em França e uma revolta em 1992 em Los Angeles quando um cidadão negro foi espancado e morto pela policia: é como quem diz, "os americanos são tão maus que até matam pessoas para conter uma revolta, mas os franceses são muito melhores porque não matam ninguém"! (tirando talvez na África Sub-Saariana). Já cá faltava a grandeza e superioridade moral da velha Europa, nomeadamente a França.

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